quinta-feira, 28 de maio de 2009

Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...


Mestre Vinicius...
Ah, vontade de ficar
Mas tendo de ir embora...
“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente.”

Clarisse Lispector - Aprendendo a viver

Mas há a Vida

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida,
há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.
"Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração.
Não me façam ser quem não sou.
Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre".

Clarice Lispector

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Meu ídolo

Dr.Jose Angelo Giarsa, dá um show de logica, com seu conhecimento de filosofia, antropologia, etc,etc,etc.
Eu gosto do jeito claro e objetivo porém extremamente profundo que ele escreve.
Estou lendo "briga de casal", estou fascinada, aprendendo e me ligando em coisas que seriam obvias se não fossem esquecidas.
Eu recomendo!

http://www.doutorgaiarsa.com.br/

domingo, 24 de maio de 2009

AMOOOOO



Falando em sinistro...
Mark Ryden é uma loucura!
Conheci esta ertista em 99, sou enlouquecida pelos desenhos melancólicos dele.
Vale a pena conferir:
http://www.markryden.com

Maravilhas mórbidas






Meu gosto por arte maquiavélica e sinistra sempre foi muito forte,essa mistura de angustia e beleza,uma estética única, uma sensação de pesadelo, sempre me encantou.
Descobri recentemente esse magnífico fotógrafo americano, responsável por magníficas fotografias com cara de pesadelo infantil.Seu trabalho mexe com o horror belo, uma loucura,e ele jura que não usa nenhum efeito digital, apenas maquiagem e luz para criar este ambiente super realista.
Uma paixão!!






www.joshuahoffine.com

sexta-feira, 22 de maio de 2009

ESCRITA A MÃO

Da próxima vez que eu pedir teu endereço, não me fale em underline, arroba, ponto com, ponto br. E-mail, não te mando mais. E aproveito agora mesmo para te bloquear no Messenger, enquanto penso numa maneira adequada para pôr fim ao meu celular. Não quero me expor ao risco de num momento de fraqueza - ou saudade - te enviar um torpedo. Desses que se pode medir a aflição do remetente apenas pela ausência de vogais em frases codificadas: "kd vc?".

E isso, no entanto, não significa um rompimento definitivo. Pelo contrário, trata-se de uma reaproximação. Uma tentativa assumidamente romântica de em tempos de mensagens eletrônicas tão impessoais - e com as quais vivo me atrapalhando porque favorecem minha impulsividade - recuperar algo que se perdeu como as correspondências de antigamente.

Tudo como era antigamente... É exatamente assim que eu queria que voltasse a ser o que não foi. (Pneumotórax e Bandeira não me deixam nos últimos dias!). E a maneira mais singela que arranjei de mostrar isso, sem ser mal interpretada ou traída pela instantaneidade dos e-mails, foi voltando a escrever cartas.

Tanto faz se for escrita numa página arrancada de um caderno escolar, numa folha branca ofício ou 100% reciclada. Se for escrita à mão, a gramatura do papel será semelhante à textura da minha pele. E antes mesmo do início da leitura, de alguma forma, já estarei sendo sentida. Conseguiria eu novamente tocar teu coração?

Então, me dou conta que certa intimidade se estabelecerá entre nós. Pela primeira vez, você poderá reparar na minha letra quase ilegível. Levemente inclinada para a direita, sem seguir nenhuma recomendação da caligrafia, irregular e desconexa. Sou eu completa e imperfeita quando não estou disfarçada em times new roman. De perto, bem perto, longe da telas do computador e dos visores dos celulares, é como sou. E você finalmente estará reparando em mim.

Ao voltar a me corresponder por epístolas - como uma personagem de José de Alencar - o que eu queria, sobretudo, era devolver aquela ansiedade de quem aguarda uma carta. Aquela espera que, contraditoriamente, sempre será surpresa. A expectativa pela chegada do carteiro que pode trazer em mãos mais do que contas a pagar: uma novidade, uma reconciliação, uma alegria ou, quem sabe, uma confissão.

Da próxima vez em que você pegar as correspondências, procure por um envelope com bordas verdes e amarelas. É que embora ainda não saiba teu endereço, é nele que acabo de colocar tua carta.

Jussara Soares

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sim, continuo achando ela o maximo.

Que algumas pessoas não acreditem que o homem esteve mesmo na lua, dá até pra entender, mas tem gente que não acredita em amor, e isso é imperdoável.
Podemos não acreditar no que nossos olhos vêem, mas não podemos desacreditar no que sentimos. Você já ficou com a boca seca diante de uma pessoa? Já teve receio de ela estar ouvindo as batidas do seu coração? Bem, isso tudo não é prova de amor, apenas de ansiedade. Amor é outra coisa.

.Amor é quando você acha que a pessoa com quem você se relacionava era egoísta, possessiva e infantilóide e isso não reduz em nada a sua saudade, não impede que a coisa que você mais gostaria neste instante é de estar tocando os cabelos daquela egoísta, possessiva e infantilóide.
Amor é quando você não compreende direito algumas coisas, mesmo tendo o QI mais elevado da turma, mesmo dominando o pensamento de Sócrates, Plutão e Nietzche. Perguntas simples ficam sem resposta, como por exemplo: como é que eu, sendo tão boa gente, tão honesto e com um coração tão grande, não consigo fazê-la perceber que ela seria a pessoa mais feliz do mundo ao meu lado?

.Amor é quando você passa dias sem ver quem você ama, depois passam-se meses, e aí você conhece outra pessoa e passam-se décadas, e você já nem lembra mais do passado, e um dia qualquer de um ano qualquer você se olha no espelho e pensa: como é que eu consegui enganar a mim mesmo durante todo esse tempo?

.Amor é quando você sente que seria capaz de amarrar o cadarço de um tênis com uma única mão ou de fazer a chuva parar só com a força do pensamento caso a pessoa que você ama lhe mandasse um sim deste tamanho.

.Amor é quando você sabe tintim por tintim as razões que impedem o seu relacionamento de dar certo, é quando você tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, é quando você não tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda não impede de fazê-lo chorar escondido quando ouve uma música careta que lembra os seus 14 anos, quando você acreditava em milagres.

.Tudo isso pode parecer uma grande dor, mas é uma grande dádiva, porque a existência do amor está toda hora sendo lembrada. Dor é quando a gente está numa relação tão fácil, tão automática, tão prática e funcional que a gente até esquece que também é amor.

Crônica do Amor - Arnaldo Jabor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
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O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
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Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
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Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
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Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
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Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
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Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
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Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
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Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
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Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
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Não pergunte pra mim você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
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É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
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Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
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Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
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Não funciona assim.
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Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
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Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
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Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
"O amor é quando a gente mora um no outro. "
Mario Quintana

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Mario Quintana - Espelho Mágico

"As únicas pessoas para mim são as loucas.
Loucas para viver, loucas para serem salvas, loucas para falar; que desejam tudo ao mesmo tempo agora e ardem, ardem, como fogos de artifícios que explodem em mil centelhas entre as estrelas".
Jack Keroauc