sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Medo.

Se ele soubesse que ela vai morrer amanhã, talvez a deixasse entrar.
Se ele soubesse que ela vai morrer amanhã, talvez se permitisse, na tentativa de tomar fôlego, amar com a urgência de que tem sede.
Se ele soubesse, sua vida passaria como um filme e ele tomaria a pressa que cura. Mas ele não sabe. Não tem a urgência que faz buscar o ar num segundo.
Ela vai morrer amanhã.
E, antes dela, o amor vai morrer numa curva, quando for só um fio fino de esquecimento. Tudo vai morrer e acabar amanhã.
Mas ele não sabe.
Permanece imóvel, temendo o que vai acontecer amanhã.

Cristiana Guerra, amor e ponto

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